domingo, 31 de maio de 2009

Este é um tempo sem pais

Vivemos em um momento da historia onde pais e mães não sabem como criar filhos, estes novos pais, deveriam ter recebido um discipulado de seus pais como nos relata o salmista Asafe no Sl.78:3.4, “ O que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos têm contado, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que ele tem feito.”

Porem muitos desses que ouviram, não ouviram com seus ouvidos espirituais e portanto, nenhuma instrução foi compartilhada com seus filhos, e desta forma, milhares vem de lares quebrados, marcados pelo divorcio, ou são filhos de pais ausentes, alcoólatras, ou fazem parte de famílias disfuncionais.

Esses jovens pais tem como pano de fundo um modelo inadequado de familia, e dessa forma nada tem para dar a geração que lhe sucederá. Em alguns casos encontramos avós que não sabem o seu lugar, não cortaram o cordão umbilical de seus filhos e vivem a interferir na educação de seus netos, quando poderiam ser uma benção de suporte e auxílio quando solicitados.

Como criar filhos saudáveis e obedientes?

Creio que esse é o grande desafio desta nova geração de papais e mamães.

Necessitamos colocar os nossos olhos nas sagradas escrituras e com o nosso coração ouvir e abraçar a Palavra de Deus sobre esta importante questão, portanto vamos ao texto sagrado.

Herança do Senhor

Salmos 127:3 Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.

Os filhos que recebemos do nosso amado Senhor, não são um problema, são uma oportunidade dada por Deus, para um “momento especial” , “uma tarefa em casa”. Aqui a esposa é uma “Assessora Especial”, sem a ajuda de uma esposa sabia e sensata, a tarefa de educar as crianças, tornar-se-á mais difícil. O Pai é o responsável aqui, porém, frequentemente o pai empurra para a mamãe, tarefas que Deus deu ao homem, ao macho, aos pais (Ef.6:4 – pais aqui é pater). Que tremenda oportunidade nós como pais recebemos de exercer o discipulado primeiro em nossa casa e depois ate aos confins da terra. Como pais devemos aproveitar esses momentos especiais para demonstrar amor, graça, paciência, firmeza e segurança aos nossos filhos.

Ensina a Criança

Provérbios 22:6 Ensina a criança no caminho em que deve andar , e, ainda quando for velho , não se desviará dele.

Treina a criança, instrui a criança, como? A idéia aqui e “colocar água na boca”, provocando na criança o desejo pela instrução. Abrace seu filho 12 vezes ao dia, fale de suas qualidades, tenha interesse em suas tarefas, descubra qual a linguagem de amor de seu filho, declare que você o ama e que ele é muito importante para você e para Deus.
Pais procurem tornar Cristo conhecido de tal maneira que seus filhos queiram segui-lo.
Porque será que mais de 70% dos freqüentadores da Rua Aurora em SP são filhos de pais “crentes”?

Inculcar

A idéia aqui no texto não é ouvir, mas, ouvir com o coração, da mesma forma como fizeram os irmãos de Tessalonica na Macedônia (1ª.Ts.2:13).
Despertar na criança um ardente desejo de “mamar” no Senhor, assim como a criança tem um desejo natural de desejar os seios de sua mãe, a criança deve ser despertada para colocar sua vida no seio do Pai Celestial.

Agora, a questão é como você como pai e mãe, treina seus filhos dia após dia? Criar filhos é um treinamento que oferecemos a essa herança que Deus colocou em nossas mãos e também é um tempo onde o nosso Pai Celeste, treina a nossa vida, para gerar em nós os frutos do Espírito de Gálatas 5:19.21.

Os filhos de Pais incoerentes e hipócritas, isto é; pais que são atores na vida crista, não vivem o que falam e o que falam esta divorciado do que vivem, esses filhos experimentarão:

Depressão
Melancolia
Será crente de fachada
Desenvolvera a tendência de andar com Xiitas ou liberais
Pode ser tornar muçulmano

Pais – HOMENS

Que privilégio que nosso Pai do Céu deu a nós homens a responsabilidade da disciplina (paidéia) de nossos filhos, não e para mamães a tarefa, mas para os Papais. A palavra aqui para disciplina é paidéia, que nos da a idéia de “treinamento” .
Neste ponto e muito importante que Papai e Mamãe sejam muito firmes independente de quem esta vendo, quem esta por perto, no ambiente onde estamos.
Firmeza faz parte do caráter de nosso Senhor, o apostolo João nos diz que nosso Senhor Jesus era cheio de graça e verdade, graça tem a ver com sublimidade e verdade tem a ver com firmeza.

Em outras ocasiões nos encontramos nosso Senhor sendo firme, Isaias nos diz:”...fim o meu rosto como o seixo...”, como a rocha, um rosto firme, isso é caráter.

Quando pais são incoerentes na disciplina, o pai corrige e mãe protege, discorda; a criança fica indecisa e vai crescer com pouco discernimento da vida. É muito importante que pai e mãe tenham unidade nas disciplinas e correções da criança, lembrando que disciplina é diferente de castigo, disciplina segundo Deus, tem padrão, é coerente.

Manter Quente

Criar filhos é também criar uma atmosfera onde as crianças sintam-se aquecidas em meio aos invernos da vida e refrigeradas em meio as situações de pressão e crise.

Nosso irmão apostolo Paulo, escreve aos Tessalonicenses como mamãe (ama) que acaricia, que aquece, que mantém quente, os próprios filhos. 1 Ts 2:7 “...antes nos fizemos brandos no meio de vós, como a mãe que acaricia seus filhos...”

Que bendita e alegre tarefa o Deus Eterno nos deu, a mim pessoalmente ele deu quatro filhas, criei-as com alegria e expectativa, oração e temor a Deus, valeu a pena, hoje posso vê-las comprometidas com o evangelho, buscando conhecer a vontade de Deus para a suas vidas. Deus é bom, muito bom.

Queridos pais, papai e mamãe, não desanimem em meio as lutas e dificuldades para investir nos pequeninos que Deus colocou aos vossos cuidados, caminhem pela fé (Cl.2:6), confiem em Deus e dependam dele, pois o que ele prometeu “ate quando for velho não se desviara” (Pv.22:6), Ele há de cumprir, e o que Ele falou é certo que fará. Deus nunca erra.

Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? (Nm. 23:19)

sábado, 30 de maio de 2009

Ocupe o vosso pensamento - Logizesthe
(presente do imperativo médio)

Fp. 4:8

Significa mais do que "ter em mente". O sentido é: "levar em consideração", isto é, "refleti nestas qualidades de vida e permiti que as mesmas modelem a vossa conduta". O tempo presente pede uma ação habitual e contínua.

Que qualidadades sao essas?

1. Tudo que é verdadeiro (gr. alethe) pode significar "verdade", em oposição aquilo que é irreal, insubstancial (a ideia grega), ou "verdade" em oposição à falsidade, ou erro.
2. Tudo que é respeitável (gr. semna), significa simplesmente aquilo que é moralmente bom, talvez uma tradução como "dignificado", "elevado" .
3. Justo (gr. dikaia), correto.
3. Tudo que é puro (gr. hagna), moralmente puro, sem mancha
4. Amável (gr. prosphile), só é encotrado aqui em todo o NT, aceitável, agradável, refere-se aquelas coisas cuja graciosidade atrai,
5. Boa fama (gr. euphema), boa reputação, o que é digno de ser comentado, atraente.
4. Tudo que tem virtude (gr. aretê), lit. virtude moral
5. Louvor (gr. epainos), aquilo que meree nosso vosso louvor, ou que inspira a aprovação divina.

Fontes: Chave L. do N.T. Grego, Filipenses - Introdução e Comentário, Comentário Biblico Expositivo - W.W.Wiersbe
Enfeitiçou - Ebaskánen

Gl. 3:1

Ebáskanen – enfeitiçar, lançar um encanto, procurar prejudicar alguém mediante um mau olhado ou palavras malignas.
Os irmãos da Galácia estavam enfeitiçados por um outro evangelho. Ebáskenen também significa roubar a mente, o termo grego aqui tem também o significado de “magia ou sedução maléfica”.
A mente dos Galátas fora roubada por falsos mestres judaizantes que ensinavam um falso evangelho, ensinando que a justificação era por meio de leis, rituais e obras, incluindo a circuncisao judaica. O tema geral da carta aos Galátas e a Justificação pela fé em Cristo, (2:16).

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Partiranalusai

Fp. 1:23

Este verbete utilizado pelo apostolo Paulo, para dizer aos Filipenses sobre sua cosmovisao da vida, tem quatro (4) figuras que precisamos mencionar, 1 - Termo usado pelos soldados e se referia a “desarmar a tenda e prosseguir viagem”, 2 - Os marinheiros também usavam esta palavra com o sentido de “soltar as amarras da embarcação e por-se a navegar” , 3 - Partir também é um termo burocrático e descrevia a libertação de um prisioneiro, 4 - Em quarto lugar partir era usado pelos agricultores para se referir ao ato de remover o jugo dos bois.

sábado, 16 de maio de 2009

Deuternômio (5° livro de Moisés)

Será que o povo, baseado em suas experiências
feitas e descritas em Números, corresponderá à sua responsabilidade quando estiver na
terra? É essa a grande questão desse livro. Israel tem a escolha na sua própria mão:
bênção ou maldição (Dt 11:26-28). Quantas e quão grandes as bênçãos se o povo
corresponder à sua responsabilidade! Que horrível as conseqüências caso contrário!
Números (4° livro de Moisés)

Esse livro nos mostra o caminho do povo de Deus através do deserto — figura daquilo que o mundo representa para o verdadeiro crente: prova após prova. O povo poderia ter chegado à terra prometida em apenas 11 dias (Dt1:2), porém demorava 40 anos. A simples razão para isso é a incredulidade do povo. O estado do povo era tal que fazia-se necessária a permanência no deserto. O deserto não faz parte dos conselhos de Deus, mas sim de Seus caminhos com o povo. Deus sabia o que havia no coração do povo, mas também o povo devia se dar conta disso por meio da experiência (Dt 8:2-3). Números é livro das provas, mas também das experiências; é o
livro da fidelidade e do fracasso, mas também da fidelidade e da miseriocórdia divinas.
Que ricos meios de ajuda para o caminho pelo deserto Deus tem depois da manifestação
completa da apostasia (a congregação de Corá, Nm 16)! Arão (figura do Senhor Jesus)
se levanta como mediador entre o povo e Deus. Vemos ali a graça do sumo sacerdócio
de Cristo (Nm 17); temos o sacrifício da bezerra ruiva em prol das contaminações do
deserto (Nm 19), e encontramos a serpente de metal (Nm 21 — compare Jo 3).
Deus “não viu iniqüidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó; o SENHOR
, seu Deus, é com ele e nele, e entre eles se ouve o alarido de um rei” (Nm 23:21) — e isso
está escrito num livro que manifesta o fracasso do povo a cada passo!
PODERÁ A OBRA DE MISSÕES SER SALVA?

A revista TIME em uma de suas publicações trouxe uma matéria com a seguinte chamada: PODERÁ A IGREJA SER SALVA? Na época da publicação da matéria em questão, ela referia-se a Igreja Católica em suas lutas com a vida moral de seus sacerdotes ao redor do mundo. Eu creio que essa pergunta é também pertinente a nós como Igreja Evangélica no Brasil, porém aqui, quero me referir à obra missionária transcultural que cabe a nós como parte do corpo de Cristo de. Cristo, no Brasil. Portanto a questão é a seguinte: A nossa parte na tarefa de evangelizar os que não ouviram o evangelho, será levada a salvo ate aquele dia quando encontraremos o nosso amado Salvador e Senhor?

PODERÁ A OBRA DE MISSÕES SER SALVA? Poderá alguém indagar: Qual a razão para tal pergunta? É possível que a obra de missões no Brasil se perca em sua caminhada? Corre perigo de morte a obra de missões transculturais a partir da Igreja brasileira? Será possível morrer a compaixão pelos PNAs no coração e ministério daquele que teve seus olhos abertos para além das fronteiras? É possível um homem de Deus perder a visão da direção em que Deus esta se movendo e descobrir anos mais tarde que investiu sua vida realizando sua própria obra e não a obra do Reino de Deus? É possível perder o foco e caminhar com a vida, família e ministério de forma desfocada? Pessoalmente creio que é possível.

A Bíblia mostra-nos que a Igreja de Éfeso perdeu seu primeiro amor (Ap.2:4), no final do primeiro século quando a igreja começava seu declínio depois de um período de maturidade quando foram escritas as cartas de Paulo aos irmaos de; Efeso, Filipenses e Colossenses. a Igreja que recebeu o ouro da Palavra em relação a nossa posição em Cristo e é considerada a coroa da teologia paulina, quando as luzes do primeiro século estão se apagando, estes irmãos de Efeso, revelam uma conduta que sob os olhos do Senhor da Igreja, necessita de reprovação. Era uma Igreja de muitas obras, perseverante, não suportava homens sem caráter, identifiaram os apóstolos mentirosos e não receberam seu ministério, porém, com todo este “currículo eclesiatico”, seu candeeiro foi removido até os nossos dias. (Ap.2:5). Trinta anos antes essa igreja fora elogiada por seu amor ao Senhor Jesus (Ef. 1: 15,16). O amor estava lá na vida dos irmãos de Éfeso, mas, agora 30 anos depois eles perderam, o amor estava ausente. Quando perdemos o amor por nosso amado Salvador, quando o amor se vai no casamento, a família arrebenta, quando perdemos o amor por aquele que morreu por nós, deixamos de ser uma igreja missionária. A igreja no norte da África nos primeiros séculos envolveu-se com discussões tais como: “A mulher tem ou não tem alma?” Também foi atacada por influências heréticas externas, mas o verdadeiro significado da salvação e a necessidade de proclamar o evangelho eram virtualmente ignorados. Hoje contemplamos com profunda tristeza uma igreja agonizante na Europa de onde recebemos o evangelho e de onde saíram os reformadores e grandes avivalistas que incendiaram sua época e produziram milhares de missionários para o mundo inteiro. A Europa foi palco de um movimento de oração que durou 100 anos, como resultado da visão de um homem; Conde Zizendorf e então nasceram os moravianos. Da Igreja da Europa recebemos: John Wycliffe (1328); John Huss (1373), na Boemia; Ulrich Zwinglio (1486), em Zurique-Suiça; John Calvino (1509), de Genebra; Martinho Lutero (1483), John Owen, nascido em 1616, um dos mais renomados teólogos puritanos; John Wesley (1703); Campell Morgan, principe dos expositorres, Charles Spurgeon; George Mullher, pai de mais de 6.000 orfãos. O irmão George Mullher foi um dos grandes mantenedores de Hudson Taylor no Interior da China, William Booth, fundador do Exercito da Salvação, Dr. D.L.Johnes; John Stott que ainda está entre nós, e muitos outros. É quando perdemos nosso primeiro amor, que perdemos o entusiasmo por Jesus Cristo e conseqüentemente perdemos a visão, a paixão, a unção e já não temos nenhuma ação eficaz em direção aos que nada ouviram. O candeeiro foi removido.

Queridos irmãos, nossa convicçao de fé em relação a tarefa em dar o Evangelho aos que não ouviram, isto é: Nossa parte como Igreja Evangélica Brasileira foi corrompida (1ª Ts. 3:5) e as portas do nosso coração foram abertas para a incredulidade, o pessimismo, o desânimo e as dúvidas. Nossa convicção não é mais a mesma. O irmão Frank Dietz pergunta em uma de suas mensagens: Nossa visão é uma convicção ou uma preferência? Convicção você não muda, preferência você troca. Ventos fortes sopram contra a Igreja brasileira e estamos sendo transformados em uma igreja templista, onde o templo construído aqui é mais importante que o edifício de Éfesios 4.1.16. De repente o materialismo chegou; nossos sonhos em ver os povos serem alcançados estão sendo corrompidos; nossa ousadia cede ao ceticismo; nossa intrepidez cede à lógica humana; nossa coragem cede aos questionamentos tais como: E a alta do dólar? E a crise na economia? E o desemprego? E o lugar para o estacionamento dos nossos carros? E o sistema de ar condicionado? E a área de lazer da igreja? E a gravação do novo CD? E os que não ouviram em nossa cidade? E os pobres? E agora por último, a nova onda: A Missao Integral, que é o novo modismo dos burocratas eclesiásticos. Missões está em perigo. Poderemos salvar a obra de missões transculturais que nos foi dada como responsabilidade? Estamos aqui como resultado da obediência de missionários que vieram ao Brasil e deram a nós o evangelho, deixando-nos uma herança que precisa ser transferida à geração futura. Corremos o risco de deixarmos como herança para a geração que nos sucederá um vale de ossos secos, chamado missões.

O que fazer? Olhemos para a igreja de Tessalônica que se tornou modelo em missões em um contexto de crises e lutas (1ª Ts. 1: 7,8) sigamos o exemplo dos irmãos de Filipos que tornaram-se cooperadores com Paulo, quando outras igrejas já não respondiam as necessidades dos missionários, a igreja de Filipos entra na história como uma igreja que “cooperou desde o começo até aquele momento...!” (Fil. 1:5). Olhemos para o missionário Paulo quando diante do rei Agripa em Atos 26:19, ele declara: Oh! Rei Agripa eu não fui desobediente a visão celestial. Qual era a visão de Paulo? Alguém tem dúvida que sua visão era dar o evangelho aos gentios e oferecê-los como uma oferta a Deus? (At.26:18.20, Rm.15:16). Creio que precisamos perguntar a nós mesmos hoje; qual é a visão que recebemos de Deus? Lembro de um colega de ministério que disse-me certa vez: “a ênfase do meu ministério não é missões, é ação social”. Então perguntei-lhe: Caro colega, missões é uma questão de ênfase ou uma questão de obediência? Temos a liberdade de escolher qual será a ênfase do nosso ministério, ou somos chamados a seguir e imitar a vida daquele que nos salvou e nos chamou com Santa Vocação (2ª.Tm.1:9)? Precisamos perguntar a nós mesmos e uns aos outros: qual é a nossa visão? Qual é a nossa convicção? Precisamos perguntar a nos mesmos: qual é o meu negócio? Pergunte ao irmão que está ao seu lado, ao seu colega de ministério, de presbitério, de diaconato, de liderança: qual é o seu negócio? Certa vez o Evangelista Moody abordou um homem em uma das ruas de sua cidade: você já ouviu falar de Jesus Cristo? O homem respondeu-lhe: vá cuidar do seu negócio! Prontamente o grande evangelista respondeu: o meu negócio é pregar o envangelho. Tarde da noite alguém bateu à porta do irmão Moody. Quem será? Era aquele homem que mandou Moody cuidar de seu negócio. “Por favor, fale-me sobre o envangelho”.

Precisamos redefinir o nosso ministério? O que é o ministério? Fomos chamados porque e para que? E a igreja? Precisamos voltar ao Novo Testamento e à luz da escrituras redefinir a identidade da igreja e sua missão. Quando teremos coragem para discutir e refletir sobre estas questões? Fomos chamados para quê? Quais os passos para mudar esse quadro? Quero compartilhar quatro passos que podemos dar.

Primeiro: vamos voltar à Palavra de Deus, vamos pregar sobre missões em nossos púlpitos, vamos dar uma dieta missionária à Igreja que está extremamente OBESA. Vamos pregar expositavemente, vamos abrir a Bíblia e assim como Esdras ensinar as escrituras (Ed.7:10.27). Nossos púlpitos estão vazios da Palavra de Deus e cheios de “artistas”, “atletas”, “comediantes”, “Mentores” que se dizem discipuladores, porem nunca geraram filhos espirituais, “coreografias, bandas de “estrelas cadentes”, tecnologia, nossos púlpitos foram transformados em picadeiros, palcos, o sentimento que experimentamos é que vivemos nos dias de Samuel: “A Palavra de Deus era mui rara” (1ª. Sm.3:1). Como teremos uma igreja missionária? Vamos fazer como Paulo em Tessalonica (At. 17:1.3). Oh! Meus queridos irmãos, precisamos hoje de uma pregação poderosa com uma Palavra poderosa, através de lábios cheios de fogo e com mudanças poderosas que cheguem ate aos confins da terra (At. 1:5.8).

Segundo: Vamos orar com perseverança, criatividade e fervor espiritual. Vamos gerar um movimento de oração que dure até a volta do Senhor Jesus. Nossos cultos de oração desapareceram e o que sobrou tornou-se um culto humanista, a intercessão gira em torno da nossa vida, da nossa familia, da nossa segurança, das bênçãos que desejamos a qualquer preço. Necessitamos que o mesmo Espírito que estava em Epafras em Cl.4:12; venha sobre nós afim de batalharmos para que a Igreja de Deus no Brasil e no mundo seja perfeita, isto é: Madura, Completa, Adulta e que a nossa convicção seja restaurada, afim de cumprir-mos a vontade de Deus em relação àqueles que ainda não ouviram.

Terceiro:
Vamos trabalhar até a exaustão (Cl.1:28.29), gerar novos obreiros, discípula-los, restaura-los e equipa-los para que se tornem o nossos Timoteos, Titos, Aquilia e Priscila, João Marcos: Provados e Aprovados, que servirão ao evangelho (Fp. 2:19.22)

Quarto: Vamos tomar a decisão de levar nosso ministério para missões e decidir que nossas igrejas serão missionárias e vamos direcionar nossos orçamentos financeiros para o sustento de mais obreiros transculturais, em campos ainda não alcançados. Hoje a nossa Igreja no Brasil, cresceu numericamente, cresceu financeiramente, crescemos na área de recursos teológicos e tecnológicos, somos como a Igreja de Efeso, perdemos o nosso primeiro amor.
Deus tenha misericórdia de nós, vamos ouvir o chamado do nosso Amado Salvador ao arrependimento, o mesmo chamado que foi dado aos irmãos de Efeso:

Ap. 2:5 - Lembra-te, pois, donde caíste, arrepende-te e volta a pratica das primeiras obras; de outra forma, venho a ti, e removerei o teu candeeiro do seu lugar, se não te arrependeres.

Vamos em frente, sem desanimar, vamos AVANTE em nome do Senhor Jesus!
O colunista da Folha Luís Felipe Pondé
“O que me aborrece na fé é sua inveterada vocação para a busca de retribuição final: sendo bom, mereço receber a felicidade em troca. A lógica da retribuição... faz de nós uns interesseiros”. De fato, somos interesseiros e Deus sabe disso. No entanto, por estranho que pareça, a graça não é retributiva.
Levítico (3° livro de Moisés)

Agora o santuário está estabelecida e Deus não fala mais
do Monte Sinai, mas de dentro da tenda da congregação (Lv 1:1). Ele revela os Seus
pensamentos referente à maneira da santificação correta do povo e à maneira de como o
povo podeia se aproximar dEle.
Em primeiro plano vemos os sacrifícios (Lv 1 a 7). Neles vemos, figuradamente, como
Deus Se revela plenamente por meio da obra do Senhor Jesus na cruz. Vemos também
as diversas maneira de como alguém do povo podia se aproximar de Deus. Caso tivesse
cometido algum pecado, havia ali o sacrifício pelo pecado e pela culpa; caso procurasse
comunhão com Deus, estava a dispor o sacrifício pacífico; caso quisesse adorar a Deus,
então podia oferecer um holocausto e um sacrifício pacífico.
Depois vemos a santificação dos sacerdotes e o tratamento do leproso (Lv 8 a 15). Em
seguida temos o dia da expiação (Lv 16) e, por fim, as festas de Javé (Lv 23). Esse
livros nos dá ordens em ligação com o fato de que Deus tem em meio de Seu povo um
santuário, onde Ele quer habitar. Deus quer ser santificado por meio daqueles que
queiram aproximar-se dEle (Lv 10:3).
Números (4° livro de Moisés): Esse livro nos mostra o caminho do povo de Deus
através do deserto — figura daquilo que o mundo representa para o verdadeiro crente:
prova após prova. O povo poderia ter chegado à terra prometida em apenas 11 dias (Dt
1:2), porém demorava 40 anos. A simples razão para isso é a incredulidade do povo. O
estado do povo era tal que fazia-se necessária a permanência no deserto. O deserto não
faz parte dos conselhos de Deus, mas sim de Seus caminhos com o povo. Deus sabia o
que havia no coração do povo, mas também o povo devia se dar conta disso por meio da
experiência (Dt 8:2-3). Números é livro das provas, mas também das experiências; é o
livro da fidelidade e do fracasso, mas também da fidelidade e da miseriocórdia divinas.
Que ricos meios de ajuda para o caminho pelo deserto Deus tem depois da manifestação
completa da apostasia (a congregação de Corá, Nm 16)! Arão (figura do Senhor Jesus)
se levanta como mediador entre o povo e Deus. Vemos ali a graça do sumo sacerdócio
de Cristo (Nm 17); temos o sacrifício da bezerra ruiva em prol das contaminações do
deserto (Nm 19), e encontramos a serpente de metal (Nm 21 — compare Jo 3).
Deus “não viu iniqüidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó; o SENHOR
, seu Deus, é com ele e nele, e entre eles se ouve o alarido de um rei” (Nm 23:21) — e isso
está escrito num livro que manifesta o fracasso do povo a cada passo!
Êxodo (2° livro de Moisés)

Esse é o livro da salvação. Primeiramente, encontramos o
povo debaixo da escravidão de Satanás e do pecado, cuja figura é o Faraó. Então,
Moisés nasce, o salvador. Deus traz juízo sobre esse mundo (a figura disso é o Egito),
redime o Seu povo através do Mar Vermelho e revela ao povo os Seus pensamentos por
meio de Moisés, principalmente o pensamento de que queria habitar no meio de Seu
povo. É esse o significado pleno de salvação: Deus quer morar em meio de Seu povo
(comprae Ap 21:3-4 com vistas ao estado eterno).
Gênesis (1° livro de Moisés)

Gênesis é livro dos começos. Encontramos a criação, a queda em pecado, o dilúvio, a repartição da terra depois da construção da torre de Babel, os inícios do povo de Israel e o agir de Deus com os patriarcas. O irmão Darby certa vez escreveu que esse livro contém todos os princípios elementares, que encontraram a sua evolução e manifestação na história ou nas relações de Deus com os seres humanos como descritos nos livros seguintes da Bíblia. Todos esses princípios se
encontram, em sua essência, já no livro de Gênesis. É o livro dos conselhos, cujos
cumprimentos encontramos em toda a Bíblia. Esse livro contém duas das mais gloriosas
figuras do Senhor em todo o Antigo Testamento: No capítulo 22 temos o sacrificio de
Isaque e nos capítulo 38 a 50 vemos José, provedor do mundo. Da mesma forma, em
figura, encontramos também a Trindade divina:
Abraão, nos capítulos 21 a 23, é uma figura de Deus, o Pai.
Isaque é uma figura do Filho de Deus (compare capítulo 22), e
Jacó é uma figura da operação do Espírito Santo em uma pessoa verdadeiramente salva.
Teleios

O verbete Teleios e seus correlatos, aparecem no N.T., 49 vezes. Teleios é palavra usada por nosso irmao Apostolo Paulo aos Gentios-Etnes-PNAs, para falar de maturidade, de uma vida completa, de cristaos adultos, de gente que está sendo equipada e com um profundo desejo de se tornar um equipador no corpo de Cristo. Era esse o alvo de Paulo, seu foco estava bem direcionado, o apostolo sabia o que queria e para qual direção estava se movendo e exatamente aquilo para o qual foi chamado. Vejamos um destes textos em Cl. 1:28.29 "...a fim de que apresentemos todo homem perfeito, finalizado, teleios em Cristo. Vivemos um momento no mundo onde grande parte dos homens, sao homens inacabados, nao iniciados, homens sem pai. Paulo sabia da necessidade de apresentar, ofertar, todo homem como um homem adulto em Cristo. Deus espera que cresçamos na fe, que nos tornemos verdadeiros soldados de Cristo Jesus para entrar na batalha espiritual para valer. Em razao disso, ele afirma no vs. 29 "...é para isso que eu tambem me afadigo, esforçando-me o mai.s possiível, segundo o poder de Deus que operava eficientemente nele.
Será esta, meu querido irmao, minha querida irma, a marca do nosso andar com Deus? Estamos trabalhando fortemente para que aqueles que estao sob nossa responsabildade, sejam apresentados como cristaos maduros e frutiferos?

Tres questoes precisam ser lembradas aqui;

Primeiro
Hb. 5:14 - O alimento sólido é para os maduros, completos, nao e para qualquer pessoa. Uma criança na fe nao esta pronta para receber o ouro da Palavra, ela nao sabera como descobrir as pepitas de ouro da Sagradas Escrituras, para tanto ela necessitará crescer, tornar-se adulta, madura.

Segundo
Tg. 1:4 - A perseverança deve ter ação completa (teleios), perseverar e ficar sob pressao, debaixo de um peso, por esta razao a Palavra do Senhor a igreja de Filadelfia, é chamada de Palavra de Perseverança (Ap.3:10)
O vs. 2, fala de provaçoes, todos nos sabemos que as provaçoes é aquele tempo quando Deus esta tratando comigo e com voce, é um tempo de treinamento. Um cristao maduro, completo, compreendera sem dificuldades, a exortaçao do apostolo Tiago que nos encoraja a; "...ter motivo de toda a alegria quando passardes por varias provaçoes...". Um cristao nene, uma criancinha em Cristo, nao compreenderá que todo treinamento do Espirito Santo em nossa vida, sera proveitoso para o nosso viver diario. Aqueles que sao crianças porque nsaceram de novo, precisam de discipulado, aqueles que sao crianças porque nao cresceram na fe, precisam de quebrantamento e arrependimento e abandono do pecado.
Periergos

Este verbete aparece apenas duas vezes no N.T., a primeira vez utilizada por Dr.Lucas em At. 19:19 "...artes mágicas..." e a segunda menção aparece em 1Tm. 5:13, quando Paulo exorta as mulheres a nao andarem ociosas de casa em casa. Periergos é a palavra utilizada nos dois textos, que singnifica: Bisbilhotar a vida alheia, intrometer-se na vida dos outros. A palavra denota um hábito, uma atividade pervertida que nao irá se contentatar apenas em cuidar de seus proprios interesses, mas se ocupara com os negocios dos outros.
A Magia é uma pratica da feitiçaria, portanto, bisbilhotar a vida dos outros e uma pratica satanica, e feitiçaria na vida da igreja, assim entendemos o porque tantas igrejas foram divididas em sua historia eclesiastica, quantos ministerios prejudicados e quantas familias marcadas por dissensoes e pelejas, em razao dos feiticeiros que vivem entre nos, dizendo-se cristãos.
Periergos esta entre aquelas 305 palavras somente usadas na epistolas pastorais e nao nas outras cartas paulinas.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

"Fazer discipulos é a vida crista normal, nao passar pelo discipulado é uma anormalidade na vida da igreja."
“Toda e qualquer prosperidade, é fruto de um vida de obediência a Palavra de Deus, de um andar santo e fiel, de um caráter provado e aprovado, resultantes da intimidade diária com nosso Pai Celestial. Não há base Bíblica para uma prosperidade fast food como fruto de uma oração milagrosa, não há mágica no Reino do Eterno. Se alguém se apresenta prospero, mesmo vivendo de forma contraria aos princípios das Escrituras, isso é, de procedência maligna.”

Josue Martins, pastor de almas.
"Se Jesus aceitasse a oferta do diabo, rapidamente teria uma multidao de admiriadores. Seria o caminho mais rápido para implantar seu reino entre os homens."

Ricardo Barbosa de Souza, ministro presbiteriano

Fonte: Jornal Ultimato - Junho de 2009
"Os intestinos da maioria das instituiçoes fedem. O povo tapa o nariz e vai as compras."
Ruy Castro, jornalista

Fonte: Jornal Ultimato - Junho de 2009

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"Warren acaba por despertar, como um subproduto inconsciente, tudo aquilo que há de pior nos pastores: a vaidade, a cobiça, o amor ao prestigio, ao dinheiro e ao poder."

Ricardo Quadros Gouvea, ministro presbiteriano

Fonte: Jornal Ultimato - Junho 2009
John Wesley - a biografia que mudou a Inglaterra

A vida de um homem que com sua paixão por Deus mexeu com a vida espiritual dos ingleses e com a estrutura social de seu país.
John Wesley nasceu em 1703, durante o reinado da boa rainha Anne. Sua infância foi dirigida por sua mãe, uma mulher rígida e piedosa e seu pai, um homem difícil de agradar. Sua mãe acreditava que os desejos das crianças deviam ser subjugados, que eles deveriam ser açoitados quando não se comportassem e que deviam chorar baixinho depois de açoitados. John era o décimo quarto filho. Ele teria morrido num incêndio em Epworth Rectory se não tivesse sido arrancado das chamas por um vizinho que subiu nos ombros de outro vizinho. Ele tinha sete anos então, e depois disso, sua mãe o lembrou várias vezes que ele era “um tição colhido do fogo”. Ela sentia – e mais tarde ele veio a sentir – que ele tinha sido poupado por um propósito, servir a Deus. Samuel, o pai de John, era um erudito, que por muitos anos trabalhou numa obra monumental sobre o livro de Jó. Um pregador severo, para não dizer implacável, uma vez exigiu que uma adúltera andasse nas ruas em sua vergonha e ele forçou o casamento de uma de suas filhas depois que ela tentou fugir com um homem que não era o escolhido de seu pai. Com seu pai e sua mãe, John Wesley desenvolveu excelentes hábitos de estudo e também se acostumou com sofrimento físico. John Wesley foi para Charterhouse School em 1714, para Christ Church College, Oxford, em 1720, e em 1726 foi eleito membro na Lincoln College, Oxford. Depois de aceitar uma posição de pastor auxiliar em Wroote, Lincolnshire, de 1727 a 1729, ele voltou à Oxford não apenas para continuar seus estudos, mas também começar a viver a vida santa. Muitos outros jovens brilhantes tinham um curriculum como o de Wesley, mas poucos tinham a sua dedicação. Ele dominava pelo menos sete idiomas e desenvolveu uma visão verdadeiramente abrangente em todas as áreas da investigação. Sua mente nunca encerrou a busca pelo resto de sua vida. Quando ele voltou de Wroote para Oxford, ele assumiu a liderança de um grupo chamado Holy Club (Clube Santo), iniciado por seu irmão Charles. Aqui, eles buscavam reforçar a fé através do estudo das Escrituras e medindo a qualidade da santidade da vida de cada membro. O Holy Club fazia mais que pensar e orar. Eles foram às prisões levar salvação aos prisioneiros. Embora eles fossem ridicularizados por seus companheiros de Oxford, de seu grupo de baixa posição saíram homens que se tornaram importantes para aquele tempo, particularmente os irmãos Wesley e George Whitefield. O seu regime exigia jejuns periódicos, encontros regulares para estudo e auto-exame. Somente muito tempo depois foi que John Wesley percebeu que eles seguiam mais a letra do que o espírito do cristianismo. Em 1735 grandes mudanças atingiram John e Charles Wesley. O seu pai morreu e ambos foram com o governador Ogilthorpe para a colônia Georgia com a bênção e encorajamento de sua mãe. A Georgia foi uma prova para John, que logrou que realmente não gostava dos índios e que sua rigidez não era muito apreciada pelas pessoas da Georgia. Mas importante que isto, foi o contato de John com uma pequena banda de morávios na viagem para a colônia. Estes homens e mulheres destemidamente cantavam hinos durante terríveis tempestades no mar, enquanto ele se desesperava. Ele queria conhecer a fé que eles pareciam ter. Em 1737 ele retornou à Inglaterra. Devemos dar a John Wesley o crédito, pois ele podia ser crítico o bastante consigo mesmo para parar naquele momento e saber que ele era um ministro experiente para examinar sua falta de fé. Peter Boehler, um morávio, deu-lhe a chave – pregar a fé até que ele a tivesse, e então ele pregava a fé. Então aconteceu que John Wesley habitou na fé até 24 de maio, uma quarta-feira, em 1738, no famoso encontro de Aldersgate, ele teve uma conversão, uma profunda e inconfundível experiência de fé. Seu “coração foi estranhamente aquecido”. Então seu verdadeiro trabalho começou. Como tinha uma mente livre, John Wesley ainda conseguia retirar os melhores recursos das melhores mentes do seu tempo. William Law, por exemplo, foi seu professor, amigo e mentor por vários anos; mas Wesley achou que um ingrediente importante estava faltando no programa de Law para uma vida devota. Os seguidores de Platão conseguiram comunicar a Wesley uma estrutura intelectual que era mais espiritual do que material, mas os hábitos mentais de Wesley estavam moldados tanto pelo modelo de análise de Newton do que pelo platonismo. Os morávios eram o mais perto de uma síntese de todos os elementos que ele desejava e pôde encontrar. Ele até mesmo visitou Herrnhut para saber como sua comunidade trabalhava. Mas algo estava faltando lá, como em todo lugar, e em 1740, ele e seus seguidores romperam com os morávios, mas não antes que ele tivesse aprendido a pregar sermões ao ar livre, o que veio a ser uma parte essencial de seu programa mais tarde. John Wesley tinha 37 anos de idade quando começou a viajar e pregar. Ele freqüentemente exagerava o número daqueles que vinham ouvi-lo. Muitas vezes, as mesmas pessoas que precisaram de sua ajuda eram as mesmas que mais o perseguiam. Ele pregava em púlpitos até que eles fossem fechados para ele, e ele então pregava nos campos abertos. Ele pregava três vezes por dia, começando às 5 da manhã, uma vez que os trabalhadores poderiam parar para ouvi-lo enquanto andavam para o seu trabalho monótono. Algumas vezes ele andava 60 milhas (90 quilômetros) por dia a cavalo. As condições do tempo não importavam; ele fazia seu horário e o cumpria, não importavam as dificuldades. Ele fugia de uma multidão zangada pulando num lago gelado, nadava para fora dele e continuava a pregar novamente. Ele tinha a habilidade de trazer as pessoas hostis para o seu lado. Ele foi para Gales do Sul em 1741, para o norte da Inglaterra em 1742, Irlanda em 1747, e Escócia em 1751. No total, ele foi à Irlanda quarenta e duas vezes e à Escócia vinte e duas vezes. Ele retornou às cidades vezes e mais vezes. Houve ocasiões em que ele retornava anos depois de sua última visita e registrava que a pequena sociedade que ele ajudara ainda estava intacta e fiel. Ele examinava cada membro de cada sociedade pessoalmente para buscar crescimento espiritual e de fé. As sociedades então formadas proviam a organização local para seu movimento. O que Wesley pregava? Frugalidade, limpeza, honestidade, salvação, boas relações familiares, dúzias de outros temas, mas acima de tudo, a fé em Cristo. Ele não pedia aos seus ouvintes para deixarem suas igrejas, mas para continuarem indo nelas. Ele lhes deu o refrigério espiritual que eles não achavam fora do círculo. Quando suas décadas de provação produziram décadas de triunfo, as multidões aumentaram. Ricos e pobres vinham para ouvi-lo falar. Ele desenvolveu redes de assistentes leigos. Suas exortações para viver perfeitamente em amor hoje parecem duras, mas considere os efeitos em suas congregações. Os xingamentos nas fábricas pararam, os homens e as mulheres começaram a se preocupar com vestimentas limpas e simples, extravagâncias como chá caro e vícios como o gim foram deixados por seus seguidores, vizinhos deram um ao outro ajuda mútua através das sociedades. Wesley ensinou tanto pelo exemplo como pelos seus sermões tão medidos. Suas despesas anuais já foram mencionadas. Ele publicou muitos volumes para serem usados em devocionais e direcionou o lucro para projetos, como um local de ajuda para os pobres. Sua vida pessoal estava além de reprovação. Ele traduziu hinos, interpretou as Escrituras, escreveu centenas de cartas, treinou centenas de homens e mulheres e manteve em seus diários um registro da energia dispensada, que dificilmente tem um rival na literatura ocidental. Sua maneira de falar na linguagem do homem comum teve um impacto imensurável no surgimento do inglês moderno, assim como os hinos de Charles Wesley tiveram um grande impacto na música com suas muitas canções sem mencionar a poesia da subseqüente era Romântica. Mas o impacto dos Wesleys nas classes mais baixas foi além de afetar seus hábitos de vida e modo de falar. John Wesley proveu uma estrutura religiosa que era local e pessoal, bem como energeticamente moral. Sua teologia não tirava a liberdade e o direito de ninguém, pois qualquer um podia achar a graça de Deus para resistir ao diabo e ser salvo, se tão somente buscasse e recebesse. As sociedades que ele formou preservaram em seus estudos um foco de fé – uma fé que também levou a uma maneira de lidar com a realidade da vida das classes mais pobres. A religião não era só para os ricos, mas Wesley também não estava pregando uma revolta contra o anglicanismo – até muito tarde e então quase por um acidente histórico. O anglicanismo de John Wesley era muito forte, embora os púlpitos anglicanos tornassem-se universalmente fechados a ele. Só quando tinha oitenta e um anos ele permitiu uma pequena divisão entre seus seguidores e a igreja nacional. Tendo mandado muitos homens à América, em 1784 ele ordenou mais pessoas para este esforço missionário e, porque “ordenação é separação”, efetivamente começou uma nova igreja. O conservadorismo dele era tanto político como religioso. Ele publicou uma carta aberta às colônias americanas, aconselhando-as a permanecerem leais à Grã-Bretanha, logo antes da Revolução Americana. Ele não tolerava nenhuma conversa sobre agitação civil na Inglaterra. Tem se discutido que outras forças estavam trabalhando na Inglaterra além de Wesley e uns outros poucos pregadores. Por exemplo, a Revolução Industrial que estava vindo progrediu mais rápido na Inglaterra do que em qualquer outro lugar, dando aos homens novos tipos de trabalho; a justiça do Sistema de Paz e o sistema de governo com um Primeiro-Ministro eram únicos na sua forma e deram muito mais poder do que era possível em qualquer outro lugar à classe média local e os grandes problemas, que poderiam, de outra forma, causar revolução, simplesmente não estavam presentes depois de 1750. Ainda assim, sem Wesley e seus seguidores, como poderia o ateísmo, tal como existia entre os camponeses franceses, ser evitado e como poderia uma classe inferior oprimida e dominada pelos vícios ter esperança?John Wesley morreu em 2 de março de 1791, cerca de três anos depois que seu irmão Charles morreu. Até seus anos finais, ele fez a mesma frase de abertura em seu diário a cada ano no seu aniversário, agradecendo a Deus por sua longa vida e sua contínua boa saúde, afirmando que sermões pregados de manhã cedo e muita atividade ao ar livre o mantiveram em forma para a obra de Deus. Desde o momento em que ele tornou-se livre de influências, exceto a de Deus, ele teve cinqüenta anos de serviço constante e fez um bem imensurável à Inglaterra através da perseverança, resistência e fé. Seu legado não se limitou ao seu século ou país, mas sobrevive até hoje na fé de milhões em uma variedade de igrejas. A seguinte frase foi escrita em seu diário em 28 de junho de 1774:Sendo hoje meu aniversário, o primeiro dia do septuagésimo segundo ano, eu estava pensando, Como pode ser isso, que eu ache a mesma força que tinha trinta anos atrás? Que a minha vista esteja consideravelmente melhor agora, e meus nervos mais firmes do que eram antes? Que eu não tenha nenhuma enfermidade da velhice, e não tenha mais aquelas que tive na juventude? A grande causa é, o bom prazer de Deus, que faz o que lhe agrada. Os meios principais são: meu constante levantar às quatro da madrugada, por cerca de cinqüenta anos; o fato de geralmente pregar às cinco da manhã, um dos exercícios mais saudáveis do mundo; o fato de que nunca viajo menos, por mar ou terra, do que 4500 milhas (6.750 km) por ano.


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sábado, 9 de maio de 2009

A Vida Trocada

J. Hudson Taylor : Jornal Arauto da Sua Vinda

"...o descanso que a completa identificação com Cristo nos traz."

J. Hudson Taylor (1832-1905) foi o fundador da Missão do Interior da China (The China Inland Mission – atualmente chamado Overseas Missionary Fellowship).


Este artigo foi extraído de uma carta escrita para a sua irmã na Inglaterra em 1869.

O mês passado, ou um pouco mais, tem sido o período mais feliz da minha vida. Talvez fique mais claro se eu voltar um pouco antes. Minha mente tem sido grandemente exercitada nos últimos seis a oito meses, sentindo a necessidade tanto pessoalmente, quanto para a nossa missão, de mais santidade, vida, poder nas nossas almas. Contudo, a necessidade pessoal ficou em primeiro lugar e era a mais forte. Eu senti a ingratidão, o perigo, o pecado de não viver mais perto de Deus. Orei, agonizei, jejuei, lutei, tomei resoluções, li a Palavra mais diligentemente, busquei mais tempo para retiro e meditação – tudo, porém, sem resultado.
A cada dia, quase a cada hora, a consciência do pecado me oprimia. Eu sabia que se tão-somente conseguisse permanecer em Cristo, tudo estaria bem, mas não conseguia. Eu começava o dia com oração, determinado a não tirar os meus olhos dEle por um momento sequer; entretanto, a pressão dos deveres, algumas interrupções muito fortes e contínuas que me desgastavam, geralmente me faziam esquecê-lo. Depois os nossos nervos tendem a ficar tão inquietos neste clima (na China) que a tentação de irritar-se, alimentar pensamentos duros e usar palavras indelicadas são ainda mais difíceis de controlar. Cada dia trazia seu registro de pecado e fracasso, de falta de poder. O querer estava presente dentro de mim, mas como fazer eu não descobria.
Aí veio a pergunta: “Não há nenhum socorro? Terá de ser assim até o fim – conflito constante e, em vez de vitória, derrotas e mais derrotas?” Além disso, como poderia eu pregar com sinceridade que para aqueles que recebem Jesus é dado “o poder de se tornarem filhos de Deus" (quer dizer, serem semelhantes a Deus), quando essa não era a minha própria experiência? (Jo 1.12).
Em vez de me fortalecer mais e mais, parecia que eu estava ficando cada vez mais fraco, com menos poder contra o pecado, o que não era de se estranhar, pois a fé e até mesmo a esperança estavam cada vez mais baixas. Eu odiava a mim mesmo; odiava o meu pecado; no entanto, não encontrava força alguma contra ele. Eu me sentia um filho de Deus, e, a despeito de tudo, o seu Espírito gritava dentro do meu coração "Aba, Pai" (Rm 8.15,16): porém, para tomar posse dos meus privilégios de filho, eu estava completamente impotente.
Eu pensava que santidade, vitória prática poderia ser alcançada gradualmente pela aplicação diligente dos meios de graça. Sentia que não havia nada que eu mais desejasse neste mundo, nada de que eu mais necessitasse. Mas longe de conseguir alcançá-la, nem ao menos uma pequena medida sequer, quanto mais eu perseguia e lutava por isso, mais ela fugia do meu alcance; até que a própria esperança quase morreu, e comecei a pensar que, talvez para tornar o céu ainda mais doce, Deus não no-la daria aqui.
Não acho que estava me esforçando para consegui-lo na minha própria força. Eu tinha consciência da minha impotência. Eu até disse isso ao Senhor, e pedi-lhe que me ajudasse e me desse forças; e em algumas ocasiões, cheguei a acreditar que ele me guardaria e me sustentaria. Mas, ao final do dia, quando olhava para trás, que lástima! Só havia pecado e fracasso para confessar e lamentar diante de Deus.
Uma Lamentável Falta de Poder
Não quero lhe dar a impressão de que essa era a experiência diária de todos aqueles longos e tristes meses. Era um estado de alma muito freqüente; era a tendência geral e, por pouco, teria acabado em desespero total. Ao mesmo tempo, nunca Cristo me pareceu mais precioso – um Salvador que podia e queria salvar um pecador como eu! E houve alguns períodos não somente de paz, mas até de alegria no Senhor. Entretanto, eram passageiros, e mesmo no melhor deles, havia uma lamentável falta de poder. Oh, como o Senhor foi bom em levar a um término todo esse conflito!
Durante todo esse tempo, eu me sentia seguro de que em Cristo havia tudo o que eu precisava, mas a questão prática era como obtê-lo. Ele era rico, de verdade, mas eu era pobre; ele forte, mas eu fraco. Eu sabia muito bem que na raiz, no caule, havia nutrientes em abundância; mas como trazê-los para o meu raminho raquítico é que era a questão. À medida que a luz ia raiando no meu interior, pude perceber que a fé era o único pré-requisito, era a mão que eu precisava estender e usar para pegar da sua plenitude e dela me apropriar. Contudo, eu não tinha essa fé. Estava me esforçando para consegui-la, porém ela não vinha; tentei exercitá-la, mas nada acontecia.
Vendo cada vez mais o maravilhoso suprimento de graça provisionado em Jesus, a plenitude do nosso precioso Salvador – minha impotência e culpa pareciam aumentar. Os pecados cometidos pareciam migalhas insignificantes quando comparados com o pecado da incredulidade que estava por trás deles. A incredulidade é que não consegue ou não quer aceitar a palavra de Deus, sem questionamento, fazendo dele um mentiroso! Esse era, para mim, o pecado mais amaldiçoador do mundo, contudo eu estava me entregando a ele. Orei pedindo fé, mas não a recebi. O que eu devia fazer?
Nossa Unidade com Cristo
Quando a minha agonia estava no auge, uma frase numa carta do meu querido amigo McCarthy foi usada para remover as escamas dos meus olhos, e o Espírito de Deus me revelou a verdade da nossa união com Jesus como eu nunca havia visto antes. McCarthy, que fora muito provado pelo mesmo sentimento de fracasso, mas que vira a luz antes de mim, escreveu:
“Mas como fortalecer a fé? Não por se esforçar para obtê-la, mas por repousar naquele que é fiel.”
À medida que eu lia, pude ver claramente! “Se somos infiéis, ele permanece fiel” (2 Tm 2.13). Olhei para Jesus e vi (e quando vi, oh, como jorrou a alegria!) que ele tinha dito: “Nunca, jamais te abandonarei” (Hb 13.5). “Ah, então há descanso!”, pensei. “Tenho me esforçado em vão para descansar nele. Não me esforçarei mais. Pois ele não prometeu permanecer comigo, nunca me deixar, nunca me abandonar?” E, de fato, ele nunca me abandonará!
Mas não foi só isso que ele me mostrou, nem a metade. Enquanto meditava sobre a Videira e os ramos, quanta luz o bendito Espírito derramou diretamente na minha alma! Como pareceu enorme o meu engano em ter desejado obter a seiva, tentando tirar a plenitude dele para mim. Percebi que não somente Jesus nunca me deixaria, mas que eu era um membro "do seu corpo, da sua carne e dos seus ossos" (Ef 5.30).
A videira que vejo agora não é só raiz, mas é tudo – raiz, caule, ramos, brotos, folhas, flores, fruto; e Jesus não é somente isso: ele é solo e luz do sol, ar e chuva, e dez mil vezes mais do que qualquer coisa que jamais tenhamos sonhado, desejado ou necessitado. (Leia João 15.1). Oh, que alegria eu tive ao ver toda essa verdade! Oro de verdade para que os olhos do seu entendimento possam ser iluminados; que você possa conhecer e desfrutar as riquezas que nos são dadas livremente em Cristo (Ef 1.18).
Que coisa maravilhosa é ser realmente unido com um Salvador ressurreto e exaltado; ser um membro de Cristo! Pense no que isso significa. Pode Cristo ser rico e eu pobre? Pode a sua mão direita ser rica, e a esquerda pobre? Ou a sua cabeça ser bem alimentada enquanto o seu corpo passa fome?
Pense no significado disso na oração. Pode um funcionário de banco dizer a um cliente: “Foi só a sua mão que escreveu este cheque, não você”; ou: “Eu não posso pagar este dinheiro para a sua mão, mas só para você mesmo”?
Assim não podem mais as suas orações, ou as minhas, ser desacreditadas se oferecidas no nome de Jesus (isto é, não no nosso próprio nome, ou simplesmente pelo amor de Jesus, mas baseadas no fato de que fazemos parte dele, somos seus membros), conquanto que nos mantenhamos dentro dos limites do crédito de Cristo – um limite toleravelmente amplo!
Se nós pedimos alguma coisa que não condiz com as Escrituras ou não está de acordo com a vontade de Deus, Cristo mesmo não poderia fazer isso; mas “Se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve; e... estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito” (1 Jo 5.14-15).
Completa Identificação com Cristo
A parte mais doce, se é que se pode falar de uma parte sendo mais doce do que outra, é o descanso que a completa identificação com Cristo nos traz. Não estou mais ansioso por coisa alguma, quando compreendo isso; porque ele, eu sei, é capaz de realizar a sua vontade, e a vontade dele é a minha.
Não importa onde ele me coloca, ou como. Isso é muito mais assunto dele do que meu; porque, nas posições mais fáceis, ele precisa me dar a sua graça, e nas mais difíceis, a sua graça é suficiente. Pouco importa ao meu servo se eu o mando comprar alguns itens baratinhos, ou a mercadoria mais cara da loja. Em qualquer um dos casos, ele espera de mim o dinheiro necessário e me traz as compras. Assim, se Deus me coloca numa grande perplexidade, não deve ele me dar muita orientação? Em posições de grande dificuldade, muita graça; em circunstâncias de grande pressão e provação, muita força. Nunca os seus recursos serão desproporcionais à emergência!
E os seus recursos são meus, porque ele é meu, e está comigo, e habita em mim. Tudo isso flui da unidade do crente com Cristo, e já que Cristo está agora habitando em meu coração pela fé, como eu tenho sido feliz!
Fonte: Jornal Arauto da Sua Vinda, ano 24, nº 2.
A Vida que é Cristo

Ruth Paxson

Temos estado conscientes de que há uma Pessoa Divina dentro de nós?


“... Eu estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora vivo na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo se entregou por mim.” (Gálatas 2:19-20)
Este trecho escolhido começa com um Eu maiúsculo na versão em inglês da American R.V. Existem dois “Eu(s)” maiúsculos nas Escrituras, os quais são exatamente opostos. Um é o Eu de Lúcifer: é a primeira vez que a palavra “Eu” foi usada no universo de Deus e foi quando ele a pronunciou. O outro “Eu” é o Eu do nosso Senhor, o qual Ele usou com Seus discípulos, quando Ele disse “Eu em vós”. O que Lúcifer realmente queria dizer quando ele primeiro usou a palavra Eu, foi – “Não mais Deus, mas Eu”. Isto fez dele o arqui-traidor. Quando ele continuou dizendo – “Eu irei”, isso foi um ato de auto-traição”.
Adão e Eva fizeram a mesma escolha que Lúcifer já tinha feito – O “Eu em lugar de Deus”. “Eu” tornou-se o centro da visão deles, e eles também disseram: “Não mais Deus, mas Eu”. Este “Eu” é também o centro da sua vida e da minha, e quer viver para ele mesmo. Se tiver que haver história nas nossas vidas, deverá haver primeiro uma mudança no nosso relacionamento tanto para com o “Eu” como para com Deus. Nossas vidas devem ser reajustadas de tal maneira que ao invés de – “Não mais Deus, mas Eu”, seja “Já não sou Eu, mas Cristo” de Gálatas 2:19-20.
Mas o “Eu” nunca sairá do trono por si mesmo. Ele nunca se rebaixará ou se retirará em favor de Cristo. Ele deve ser removido afim de ser substituído por Cristo, como centro de nossas vidas. Como se pode fazer isto? Existe somente um lugar aonde isso pode ser feito, e esse lugar é na Cruz de Cristo. O caminho de Deus é o caminho da Cruz, e o caminho da Cruz significa morte. Nós não podemos dizer de uma forma real “Cristo vive em mim” antes de dizermos – “Eu estou crucificado com Cristo”. Essa é a ordem de Deus e não pode ser mudada. Quando o velho “Eu” se retira através da crucificação, a nova vida entra através da ressurreição. Quando o velho “Eu” cai e morre, o novo “Eu” surge e vive.
Por que razão o velho “Eu” é tão abominável e odioso aos olhos de Deus, para que Ele deva tratar tão drasticamente com ele? Eu estou sempre procurando uma visão nova deste versículo. Alguns anos atrás eu compreendi este verso de uma maneira bem definida como um padrão para a minha vida diária. Recentemente eu li um folheto, e recebi uma nova luz nesse versículo, o qual deu lugar a uma nova linha de pensamento com respeito à razão porque Deus teve que levar o velho “Eu” à Cruz para ser crucificado com Jesus Cristo. Eu vou pedir a você que abra a Bíblia em Marcos 10:32-45, e leia esse trecho antes de continuar a ler este artigo.
Nesta passagem o Senhor Jesus contou aos Seus discípulos do sofrimento que O esperava; da zombaria, do tormento e dos acoites, tudo para terminar em morte de crucificação. Alguém poderia pensar que seus corações tivessem sido comovidos enquanto eles visualizavam a agonia que O esperava. Mas muito pelo contrário! Suas palavras pareciam não dizer nada a eles. Por quê? Porque eles estavam preocupados com eles mesmos. Dois deles, Thiago e João, vieram a Ele dizendo: “Mestre, queremos que nos conceda o que te vamos pedir”. Isto é o Ego falando. – Tu nos concedas! Não há nenhum desejo de fazer algo para Ele.
O Senhor Jesus perguntou: “Que quereis que vos faça?” Quanta graça! Que incomparável altruísmo e humildade! Então os dois disseram: “Permite-nos que na Tua glória nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.” Permiti-nos! Não importa que tipo de lugar os outros dez tenham; qualquer lugar será bom pra eles; mas cuida para que nós tenhamos os melhores lugares, por obséquio. Depois que o Senhor tenha nos colocado assentados, pode então assentar os outros em qualquer lugar. Lembre-se que estes dois eram ardentes fundamentalistas. Eles acreditavam no céu. Haveria de haver uma Terra Gloriosa, e eles queriam se assegurar de que eles teriam os melhores lugares ali; eles iriam reservá-los, e queriam obter essa solicitação antes mesmo que os outros tivessem uma chance.
O Senhor fez desta solicitação uma ocasião para ensiná-los mais alguma coisa: “Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo?” Sim! Vocês estarão comigo na Terra Gloriosa, mas há alguma coisa antes da Terra Gloriosa. Há o cálice – a Cruz! Vocês estão prontos para ir à Cruz? Os lugares que vocês terão na Glória irão depender do fato de vocês irem àquela Cruz comigo ou não; de vocês beberem aquele cálice comigo. Eles não tinham pensado nisto! Eles pensaram somente nos lugares que eles iriam ocupar na Glória – puro e extremo egoísmo. Mas a Cruz vem antes da Glória; o cálice precede o lugar, não somente para eles, mas também para você e para mim. Quando os dez ouviram a conversa eles ficaram muito aborrecidos pelo fato dos dois terem se antecipado a eles e pedido os melhores lugares. A raiva deles suscitou do Senhor Jesus estas palavras maravilhosas, as quais prefiguram a Cruz, e colocam-na bem no centro da experiência cristã:
“Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate por muitos”. (Marcos 10:43-45)
Não pensariam vocês que a palavra “próprio” teria atingido-os até o âmago? O “próprio” Filho do Homem! Ele tinha o direito de vir esperando ser servido porque Ele era o Filho de Deus. Mas Ele veio também como o Filho do Homem, e isso é o que Ele próprio Se chama aqui. O ego espera obter, Cristo veio para dar. Ele veio não para ser servido, mas pra servir, até mesmo para Se dar a Si próprio à morte da Cruz.
O “Eu” sempre espera que alguém o sirva. Ele não vem para servir, mas para ser servido. Sim! O “Eu” quer que todo mundo e todas as coisas o sirvam – pessoas, circunstâncias, e mesmo ocasionalmente o tempo.
O velho “Eu” tem um grande senso de sua própria importância, e uma presunçosa estimativa de suas próprias habilidades. Ele fica terrivelmente chateado se sua importância não é reconhecida, se seus dons não são valorizados, se seus direitos não são admitidos, ou se ele não é considerado apropriadamente; tudo porque ele veio para ser servido, e não para servir.
O velho “Eu” sabe muita coisa da Bíblia, mas nada da parte que diz: “preferindo-vos em honra uns aos outros”; ou que fala de “não procurando o que é propriamente seu”, ou de “alegrai-vos com os que se alegram”. Sendo assim isso dá lugar ao ciúme e à inveja, talvez até mesmo à falta de perdão, ressentimento, e ódio, tudo porque ele veio para ser servido, não para servir. Ele pode finalmente até fazer uma bondade a alguém, e então quase ter um colapso nervoso porque ele não foi suficientemente apreciado. Os agradecimentos não foram bastante profusos, porque ele veio para ser servido, não para servir.
Ele se orgulha de seu firme julgamento e sábio conselho; e ama ser consultado. Se as pessoas se dão bem sem seu conselho, ou se o seu conselho é dado, mas ignorado, então sua reputação sofre. Ele veio para ser servido. Ele tinha que falar numa reunião e esperava uma grande audiência, mas não havia uma grande audiência; ou talvez a grande audiência estava lá; mas simplesmente saiu sem dizer qualquer palavra de como a reunião tinha sido um sucesso, ou comentado da mensagem maravilhosa que tinha sido dada. Então o velho “Eu” foi para casa cabisbaixo e triste, julgando-se falho e sentindo-se extremamente deprimido e aborrecido. Ele não veio para servir, mas para ser servido e estava desapontado.
Ele queria entregar-se ao trabalho cristão, tinha esperado ardentemente por isso, mas pelo o que ele iria ganhar disto e não pelo o que ele representaria ao trabalho. Logo ele ficou desapontado e cansado e queria desistir. Por quê? Porque ele não veio para ministrar, mas para ser ministrado; e não recebeu o que esperava.
A Principal Causa do Problema
O problema que você e eu temos em nossas vidas e serviço é devido principalmente ao “Eu”. Naturalmente não pensamos assim! Nós continuamos a fazer exatamente aquilo que começou no Éden, nós tentamos colocar a culpa noutro lugar. Mas nenhum de nós pode jamais ser roubado de qualquer paz, alegria, descanso, poder, ou qualquer outra coisa em nossas vidas, que pertence a nós pelo fato de sermos cristãos, a não ser através do velho “Eu”. Ele fica tão amolado por pequenas coisas. A água é cortada justamente na hora que alguém começa a lavar a louça; a carta não vem no dia exato em que é esperada; ou até mesmo alguém começa a escrever uma carta e acaba a tinta da caneta! Como o velho “Eu” se indigna e se enfurece! Que momentos difíceis! Por quê? Ele está ocupado com ele mesmo, toda a vida gira em torno dele. Ele veio, não para ministrar, mas para ser ministrado. É então de se estranhar que haja algum lugar que Deus possa achar para ele a não ser na Cruz do Calvário?
Agora voltemos ao nosso verso. “Eu fui crucificado com Cristo”. Eu acredito que Paulo estava dando testemunho pessoal. Ele nos deu a doutrina que esta em Romanos 6:6, mas aqui ele dá o seu testemunho pessoal de que isto é um fato e de que isto passou a ser a sua própria realidade de vida. Paulo está dizendo aqui: - Eu, Paulo, fui crucificado com Cristo, e não é mais o velho homem que é o centro da minha vida; Outro veio para tomar seu lugar. Já não sou “Eu”, mas Cristo! – Podemos dizer o mesmo como uma realidade viva?
Mas Quem é o Cristo? Qual é a Sua vida? Uma vida assim humilde, santa, pura, justa, tal vida de amor, - isto é este Cristo, Quem é tudo isso, este Cristo não é outro, Quem vive em você e em mim. Que espécie de vida Ele vive? Exatamente a mesma espécie de vida que Ele viveu aqui na terra. Não é outra vida. Ele vive exatamente a vida que Ele está vivendo agora à mão direita de Deus. E Cristo vive em mim!
Existem certo princípios que governaram a vida de Cristo quando Ele viveu aqui na terra; princípios bem definidos e afirmamos muito claramente na Palavra de Deus, e eu vou mencionar a vocês cinco deles. Eu creio que se deixar Cristo viver completamente em mim, então Ele vai viver de acordo com esses mesmos princípios.
Primeiro – Ele vivia puramente para a glória de Deus. Não havia um simples traço de auto-glorificação no Filho do Homem. Ele disse na Sua oração sacerdotal: “Eu terminei o trabalho que Tu me deste”. Isto nos ensina que mesmo antes do desejo de fazer a obra do Pai, o desejo ardente do Seu coração era glorificar o Seu Pai. Ele tanto glorificou o Pai que pôde dizer a Felipe quando este perguntou se poderia ver o Pai – “Aquele que vê a Mim vê o Pai”. Assim este é o primeiro princípio da vida do Nosso Senhor – Glorificar a Deus, e não auto-glorificação.
Segundo – Ele viveu em completa obediência ao Seu Pai. Não houve nenhum agrado próprio em Sua vida. “Eu sempre faço as coisas que Lhe aprazem”; sempre, e não algumas vezes. Este foi um principio permanente em Sua vida – viver para agradar ao Pai.
Terceiro – Ele viveu em completa obediência ao Seu Pai. Não Havia nenhum traço de vontade própria nEle. Ele continuamente dizia: “não seja feita a Minha vontade, mas a Tua”. Em todas as coisas e em todo momento este também era um princípio permanente na vida do Filho do Homem aqui na terra.
Quarto – Ele vivia em absoluta dependência de Seu Pai. Não havia auto-confiança. Ele disse: “... o Filho nada pode fazer de Si mesmo, senão aquilo que vir o Pai”.
Quinto – Ele viveu somente para Seu Pai. Não havia apenas nenhuma vontade própria, mas também nenhum caminho próprio. Ele disse: “O Pai enviou-Me” e “Eu terminei a obra que o Pai me deu a fazer”.
Ora, o Cristo que vive em você e em mim pretende viver exatamente em acordo com estes cinco princípios, de maneira que em nossas vidas haverá glorificação do Senhor Jesus Cristo, e não auto–glorificação: o nosso viver será somente para agradá-Lo, e não para agrado próprio, mas uma vontade completamente entregue em submissão ao Senhor Jesus Cristo. Nós seremos realmente Seus escravos. Será uma vida vivida sem auto-confiança, nunca fazendo nada de nós mesmos. Acreditando que Ele vive Sua vida em nós, nossa dependência estará totalmente nEle.
Paulo aplicou isso na sua própria vida. O mesmo Cristo deve viver a mesma vida em você e em mim. Isto é tão profundo, e assim mesmo tão simples, justamente uma Pessoa Divina vivendo Sua vida num ser humano. Não é que Cristo vai viver Sua vida em nós com nossa ajuda. Não é que Ele vai nos ajudar a viver a vida cristã. Não é nenhuma dessas duas coisas. É exatamente o que nosso verso diz – Cristo vivendo plenamente Sua vida em nós. Acreditamos nisto? É esta a vida que você e eu temos vivido até o dia de hoje? Temos estado conscientes de que há uma Pessoa Divina dentro de nós, realmente vivendo Sua vida em nós?
Isso não poderia ser afirmado de maneira mais simples. Ainda temos nossa personalidade humana, mas existe outra pessoa vivendo, e vivendo em todas as áreas da nossa vida, não em uma pequena parte, mas em toda parte. O velho “Eu” está crucificado e portanto deve ser despojado como lemos Efésios. O novo “Eu”, o qual é Cristo em nós, a vida sobrenatural de uma Pessoa sobrenatural deve ser vivida plenamente em nós. Isso é verdade pra você e para mim?

Tradução: C.L.M.C
Extraído da Revista, À Maturidade, Número 22– Verão de 1992
Nossa Responsabilidade de Zelar pelo Evangelho

Jonh Stot

"Fomos chamados a guardar o evangelho."

2 Timóteo 1.12b-18

Deixando de lado, por enquanto, a segunda parte do versículo 12, chegamos à dupla exortação de Paulo a Timóteo, nos dois versículos seguintes: “Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste” (v. 13); “guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em nós” (v. 14). Aqui Paulo se refere ao evangelho, à fé apostólica, usando duas expressões. O evangelho é tanto um padrão de sãs palavras (v. 13), como um depósito precioso (v. 14).
“Sãs” palavras são palavras “saudáveis”. A expressão grega é empregada nos evangelhos nos casos de pessoas curadas por Jesus. Anteriormente eram deformes ou doentes; agora estavam bem ou “sãs”, por não ser mutilada ou enferma, mas “sadia”, ou “completa”. É o que Paulo mencionara, anteriormente, como sendo “todo o desígnio de Deus” (Atos 20:27).
Além disso, essas “sãs palavras” foram dadas por Paulo a Timóteo num “padrão”. A palavra grega aqui é hypotyposis. A BLH traduz por “exemplo”. E o Dr. Guthrie diz que ela significa um “esboço rápido, como o faria um arquiteto, antes de lançar no papel os planos detalhados de uma construção”. Neste último caso Paulo estaria sugerindo a Timóteo que ampliasse, expusesse e aplicasse o ensino apostólico. Parece-me que essa interpretação não se harmoniza com o contexto, principalmente num confronto com o versículo seguinte. A única outra ocorrência de hypotyposis no Novo Testamento encontra-se na primeira carta de Paulo a Timóteo, onde ele descreve a si mesmo como um objeto da maravilhosa misericórdia e da perfeita paciência de Cristo, como um “exemplo dos que haviam de crer nEle” (1:16). Arndt e Gingrich, que optaram por “modelo” ou “exemplo” como sendo a tradução usual, sugerem que essa palavra é empregada mais com o sentido de “protótipo” em 1 Timóteo 1:16 e com o sentido de “padrão” em 2 Timóteo 1:13. Neste caso Paulo estaria ordenando a Timóteo que conservasse como um padrão as sãs palavras, isto é, “como um modelo de ensino sadio”, aquilo que ouvira do apóstolo. Isto certamente corresponde ao ensino geral da carta e reflete fielmente a ênfase da sentença na primeira palavra, “modelo” ou “padrão”.
Assim, o ensino de Paulo deve ser uma regra ou diretriz para Timóteo, da qual este não deve se afastar. Pelo contrário, deve obedecer a essa regra, ou melhor, deve apegar-se a ele com firmeza (eche). E assim deve proceder “na fé e no amor que há em Cristo Jesus”. Isto é, Paulo não está tão preocupado com o que Timóteo deve fazer, mas sim como o modo como ele o fará. As convicções doutrinárias de Timóteo e a instrução recebida de outros, assim como as que reteve firmemente dos ensinos de Paulo, devem ser manifestas com fé e amor. Timóteo deve procurar estas qualidades em Cristo: uma crença sincera e um amor pleno.
A fé apostólica não é somente um “padrão de sãs palavras”; é também o “bom depósito” (he kale paratheke). Ou como expressa a BLH: “as boas coisas que foram entregues a você”. Sim, o evangelho é um tesouro, depositado em custódia na igreja. Cristo o confiou a Paulo; e Paulo, por sua vez, o confiou a Timóteo.
Timóteo deveria “guardá-lo”. É precisamente o mesmo apelo que Paulo lançou no final da sua primeira carta (6:20), com a única diferença de que agora ele o chama de “bom”, literalmente “belo” depósito. O verbo (phylasso) tem o sentido de guardar algo “para que não se perca ou se danifique” (AG). É empregado com a idéia de guardar um palácio contra saqueadores, e bens contra ladrões (Lucas 11:21; Atos 22:20). Fora há hereges prontos a corromper o evangelho e desta forma roubar da igreja o inestimável tesouro que lhe foi confiado. Cabe a Timóteo colocar-se em guarda.
Deveria ele guardar o evangelho com toda a firmeza possível em vista do que acontecera em Éfeso (a capital da província romana da Ásia) e seus arredores, onde Timóteo se encontrava (v. 15). O tempo aoristo do verbo “me abandonaram” parece referir-se a um acontecimento especial. É mais provável que tenha sido o momento da segunda detenção de Paulo. As igrejas da Ásia, onde trabalhara por vários anos, tornaram-se muito dependentes dele, e talvez a prisão do apóstolo lhes tenha incutido a idéia de que a fé cristã agora estava perdida. A reação deles talvez tenha sido repudiar Paulo ou recusar-se a reconhecê-lo. De Figelo e Hermógenes nada sabemos de concreto, mas a menção de seus nomes nos indica que possivelmente eles tenham sido os cabeças da oposição. De qualquer modo, Paulo via nesse afastamento das igrejas da Ásia mais do que uma simples deserção pessoal dele; era, sim, uma rejeição à autoridade apostólica. Deve ter-lhe sido algo bastante sério, principalmente porque alguns anos antes, durante a sua permanência em Éfeso por dois anos e meio, Lucas registra que “todos os habitantes da Ásia ouviram a palavra do Senhor, e muitos creram” (Atos 19:10). Agora “os que estão na Ásia” haviam voltado as costas para Paulo. A um grande despertamento seguiu-se uma grande deserção. “A todos os olhos, menos aos da fé, deve ter parecido que o evangelho estava às vésperas da extinção”.
Uma grande exceção parece ter sido um homem chamado Onesíforo, o qual repetidas vezes acolhera Paulo em sua casa (literalmente “reanimou-o”, v. 16) e que, em Éfeso, prestara-lhe muitos serviços (v. 18). Onesíforo permanecera, desde modo, fiel ao significado do seu nome: “portador de préstimos”. Além disso, não se envergonhara das algemas de Paulo (v. 16), o que dá a entender que não repudiou a Paulo quando preso, e que o seguiu, e mesmo o acompanhou a Roma, procurando-o até encontrá-lo no calabouço. Paulo tinha boas razões para ser grato por este amigo fiel e corajoso. Não é surpreendente, pois, que se expresse por duas vezes em oração (vs. 16, 18), primeiro por sua casa (“conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesíforo”) e depois, especificamente, por Onesíforo (“O Senhor lhe conceda, naquele dia, achar misericórdia da parte do Senhor”).
Vários comentaristas, notadamente católicos romanos, partindo das referências à casa de Onesíforo (mencionada novamente em 4:19) e à expressão “naquele dia”, têm argumentado que Onesíforo àquela altura estava morto e que, por conseguinte, no versículo 18 temos uma oração em favor de um falecido. Isto, na verdade, não passa de uma simples e gratuita conjectura. O fato de Paulo mencionar primeiro Onesíforo e depois sua casa não dá a entender necessariamente que estejam eles separados em virtude de sua morte; é mais viável crer que fosse devido à distância: Onesíforo estava ainda em Roma, enquanto que sua família permanecia em casa, em Éfeso. “Considero que é uma oração em separado pelo homem e por sua família”, escreve o Rev. Moule, “por estarem então separados um do outro, por terras e mares...Não há necessidade alguma de interpretar que Onesíforo tivesse morrido. A separação de sua família, por uma viagem, isso é o que se depreende da passagem”.
Em todo o caso, todos na Ásia, como Timóteo estava bem ciente, voltaram as costas ao apóstolo, com exceção do leal Onesíforo e de sua família. Era em tal situação de apostasia quase universal que Timóteo deveria “guardar o bom depósito” e “manter o padrão das sãs palavras”, ou seja, deveria preservar o evangelho imaculado e genuíno. Já seria uma grande responsabilidade para qualquer um, quanto mais para alguém com o temperamento de Timóteo. Como poderia então permanecer firme?
O apóstolo dá a Timóteo a base segura de que ele necessita. Timóteo não pode pensar em guardar o tesouro do evangelho com força própria; somente poderá fazê-lo “mediante o Espírito Santo que habita em nós” (v. 14). A mesma verdade é ensinada na segunda parte do versículo 12, que até aqui ainda não consideramos. A maior parte dos cristãos está familiarizada com a tradução “porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”. Essas palavras são verdadeiras e muitas outras passagens bíblicas as confirmam; quanto à estrutura linguística, foram traduzidas acuradamente. De fato, tanto o verbo “guardar” como o substantivo “depósito” são precisamente as mesmas palavras no versículo 12 e no versículo 14 e ainda em 1 Timóteo 6:20. Presume-se, então, que “o meu depósito” não é o que eu lhe confiei (minha alma ou eu mesmo, como em 1 Pedro 4:19), mas aquilo que ele confiou a mim (o evangelho).
O sentido, pois, é este: Paulo podia dizer que o depósito é “meu”, porque Cristo lho confiou. Contudo, Paulo estava persuadido de que era Cristo que iria conversá-lo seguro “até aquele dia”, quando ele teria de prestar contas da sua mordomia. Em que se baseava a sua confiança? Somente numa coisa: “eu o conheço”. Paulo conhecia a Cristo, em quem confiava, e estava convencido da capacidade dele para manter o depósito em segurança: “porque sei em quem tenho crido, e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (v. 12). Cristo cuidará do depósito. E agora Paulo o está confiando a Timóteo. E Timóteo pode ter esta mesma segurança.
Aqui há um estímulo muito grande. Em última análise, é Deus mesmo quem preserva o evangelho. Ele se responsabiliza por sua conservação: “Sobre qualquer outro fundamento a obra da pregação não se sustentaria nem por um momento”. Podemos ver a fé evangélica encontrando oposição em toda parte, e a mensagem apostólica sendo ridicularizada. Talvez vejamos uma crescente apostasia crescer na igreja, muitos de nossa geração abandonando a fé de seus pais. Mas não temos nada a temer! Deus nunca permitirá que a luz do evangelho apague. É verdade que ele o confiou a nós, frágeis e falíveis criaturas. Ele colocou o seu tesouro em frágeis vasos de barro, e nós devemos assumir a nossa parte na guarda e na defesa da verdade. Contudo, mesmo tendo entregue o depósito aos cuidados de nossas mãos, Deus não retirou as Suas mãos desse depósito. Ele mesmo é, afinal, o Seu melhor vigia; Ele saberá preservar a verdade que confiou à Igreja. Isto nós sabemos, porque sabemos em quem depositamos a nossa confiança, e em quem continuamos a confiar.
Vimos que o evangelho é a boa nova da salvação, prometida desde a eternidade, concretizada na História por Cristo, e oferecida à fé.
A nossa primeira responsabilidade reside na comunicação do evangelho, fazendo uso de velhos métodos ou procurando novos caminhos para torná-lo conhecido por todo o mundo.
Se assim procedermos, certamente sofreremos por ele, já que o autêntico evangelho nunca foi popular. Ele humilha muito o pecador.

E ao sermos chamados a sofrer pelo evangelho, somos tentados a adaptá-lo, a eliminar aqueles elementos que ofendem e provocam oposição, a silenciar as notas que ferem os sensíveis ouvidos modernos.

Mas devemos resistir a esta tentação. Pois, antes de tudo, fomos chamados a guardar o evangelho, conservando-o puro, a qualquer preço, preservando-o de toda corrupção.

Guardá-lo fielmente. Difundi-lo ativamente. Sofrer corajosamente por ele. Esta é a nossa tríplice responsabilidade perante o evangelho de Deus, de acordo com este primeiro capítulo.

Fonte: John Stott, A Mensagem de 2 Timóteo, Editora ABU
Justificação

Martin Lloyd-Jones

"Deus nos vê como pessoas vestidas da justiça de Cristo."

Justificação não significa meramente perdão. Inclui o perdão; no entanto, é muitíssimo maior do que este. Além disso, a justificação afirma que Deus nos declara completamente inocentes, considerando-nos pessoas que jamais pecaram. Ele nos proclama justos e santos. Agindo assim, Deus está refutando qualquer acusação que a lei faça contra nós. Não é apenas o juiz, no tribunal, asseverando que o réu está perdoado, mas declarando-o uma PESSOA JUSTA E INOCENTE. Ao justificar-nos, Deus nos informa que removeu nosso pecado e culpa, imputando-os, ou seja, lançando-os na conta do Senhor Jesus Cristo, cas tigando-os nEle. Deus também anuncia que, fazendo isso, lança em nossa conta (ou seja, imputa-nos) a perfeita justiça de seu querido Filho. O Senhor Jesus Cristo obedeceu completamente a Lei; jamais a trans- grediu em algum aspecto, satisfazendo-a em todas as suas exigências. Esta completa obediência constitui a justiça dEle. O que Deus faz ao justificar-nos é lançar em nossa conta (ou seja, imputar-nos) a justiça do Senhor Jesus Cristo. Ao declarar-nos justificados, Deus proclama que nos vê não mais como realmente somos, e sim como pessoas vestidas da justiça de Cristo.

Um hino escrito pelo conde Zinzendorf expressa deste modo a justificação:

Jesus, tua veste de justiça É agora minha beleza; minha gloriosa vestimenta. Entre os mundos flamejantes, Envolvido em tua justiça, com alegria eu Te exaltarei.
George Muller e a Bíblia

R. A. Torrey

Entrega Absoluta

Houve uma época na vida de George Muller de Bristol, cerca de quatro anos após a sua conversão, para a qual ele sempre olhou e sobre a qual, por repetidas vezes, referiu-se como sendo a época em que ele verdadeiramente entrou na vida cristã.
Certa vez, ao compartilhar com os ministros e obreiros, por ocasião do seu aniversário de noventa anos, George Muller falou da seguinte forma a respeito de si mesmo: " ... Eu lembro da minha entrega absoluta ao Senhor. Fui convertido em novembro de 1825, mas somente quatro anos mais tarde, em julho de 1829, entreguei meu coração ao Senhor de forma absoluta. Somente então abandonei o amor ao dinheiro, à paz, à posição, aos prazeres e aos compromissos mundanos. Deus, Deus somente tornou-se a minha porção. Encontrei nele o meu tudo. Não desejava nada mais e, pela graça de Deus, assim permaneço até hoje. Isso me fez um homem feliz, um homem profundamente feliz e levou-me a ocupar-me somente com as coisas de Deus. Amado irmão, eu lhe pergunto com muito amor: Você já entregou seu coração a Deus de forma absoluta? Ou há algo que você está retendo e não quer entregar a Deus? Anteriormente eu lia um pouco as Escrituras, mas preferia outros livros; todavia, desde o dia em que entreguei-me totalmente ao Senhor, a revelação que Ele fez de Si mesmo tornou-se uma bênção incomparavelmente mais preciosa para mim. Posso afirmar de coração que, "Deus é um Ser inifnitamente amoroso." Oh, não fiquemos satisfeitos até que, do mais profundo de nossa alma, possamos dizer:, "Deus é um Ser inifnitamente amoroso."
George Muller fala em sua revista acerca dessa mudança ocorrida em sua vida. Há muitos anos atrás ele fora para uma cidade chamada Teignmouth a fim de tratar sua saude física. Lá ele ouviu um pregador cuja mensagem ele jamais esqueceu. Ele relata o significado dessa mensagem nas seguintes palavras: "Embora eu não tenha gostado do que ele falou, eu vi nele uma seriedade e solenidade diferente dos demais. Através do ministrar desse irmão, o Senhor concedeu-me uma grande bênção e a Ele serei grato ao longo de toda a eternidade. Deus começou a mostrar-me que unicamente a Sua Palavra deve ser nosso padrão para o julgamento em coisas espirituais, que a Palavra de Deus somente pode ser explicada pelo Espírito Santo e que, em nossos dias, assim como nos tempos passados, Ele é o Mestre de Seu povo. Antes dessa ocasião em minha vida, eu não havia, em minha experiência, entendido a função do Espírito Santo. Anteriormente eu não havia enxergado que somente o Espírito Santo pode ensinar-nos acerca de nossa condição natural, mostrar-nos nossa necessidade de um Salvador, capacitar-nos a crer em Cristo, explicar-nos as Escrituras, ajudar-nos a pregar, etc..."
"Foi a compreensão dessa verdade em especial que exerceu uma grande influência em minha vida, pois o Senhor capacitou-me a experimentar sua validade quando eu coloquei de lado comentários e quase todos os outros livros e comecei simplesmente a ler e estudar a Palavra de Deus. Como resultado, na primeira noite em que entrei em meu quarto, fechei a porta a fim de orar e meditar nas Escrituras, eu aprendi mais em algumas poucas horas do que havia aprendido durante um período de vários meses. A maior diferença, no entanto, foi o poder real que experimentei em minha alma através disso."
"Além disso, aprouve ao Senhor fazer-me ver um padrão mais elevado de dedicação do que o que eu havia visto anteriormente. Ele levou-me, numa medida, a ver o que é minha glória neste mundo: ser desprezado, ser pobre e pequeno com Cristo. Ao retornar para Londres, minha saúde física estava muito melhor e, no que diz respeito a minha alma, a mudança fora tão grande que parecia uma segunda conversão."

Estudar a Bíblia é Mais Importante do que Ler Livros


"Eu caíra na armadilha que muitos cristãos caem: preferir ler livros religiosos ao invés da Bíblia. Na verdade, de acordo com as Escrituras, nós deveríamos pensar da seguinte maneira: 'O próprio Deus dignou-se a tornar-se autor de um livro, e eu sou ignorante acerca deste precioso livro que o Seu Espírito inspirou; por causa disso, eu devo ler novamente este Livro dos livros mais cuidadosamente, com mais oração, com muito mais meditação'. Mas essa não foi minha atitude. É verdade que minha ignorância sobre a Palavra levou-me a desejar estudá-la, todavia, por causa da minha dificuldade em entendê-la, nos primeiros quatro anos de minha vida cristã, eu negligiencei na sua leitura. Assim como muitos cristãos fazem, eu praticamente preferia ler as obras de homens não inspirados ao invés de ler os oráculos do Deus vivo. Como conseqüência disso, eu permaneci um bebê tanto no conhecimento quanto na graça. No conhecimento, porque todo verdadeiro conhecimento deve ser obtido da Palavra de Deus por meio de Seu Espírito. Como triste consequência, esta falta de conhecimento me impediu de caminhar nos caminhos de Deus com firmeza e constância. Pois é a verdade que nos liberta, livrando-nos do cativeiro dos desejos da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida. A Palavra prova isto. Também a experiência dos santos e minha própria experiência provam, de modo incontestável, a veracidade deste princípio, pois quando aprouve ao Senhor, em agosto de 1829, ensinar-me a confiar nas Escrituras, minha vida e meu caminhar tornaram-se muito diferentes".
"Se alguém me perguntasse como é possível ler as Escrituras de modo mais proveitoso, eu responderia da seguinte maneira:
Acima de tudo, devemos ter a Palavra armazenada em nossa mente, de modo que Deus apenas por meio do Espírito Santo possa ensinar-nos. Desta forma, é de Deus que vamos esperar todas as bênçãos e vamos buscar a bênção de Deus tanto antes quanto durante a leitura da Palavra.
Deveríamos compreender claramente que o Espírito Santo não é apenas o melhor Mestre, mas também é suficiente. Nem sempre Ele nos ensina imediatamente aquilo que desejamos saber. É possível, portanto, que algumas vezes necessitemos suplicar-lhe várias vezes a fim de receber explicação para algumas passagens; mas no final Ele certamente irá nos ensinar se nós buscarmos luz com oração, com paciência e para a glória de Deus."

O Segredo da Bênção e da Alegria

Apenas mais uma palavra proferida por ocasião do seu aniversário de noventa anos: Por sessenta e nove anos e dez meses George Muller fôra um homem muito feliz. Isso ele atribuía a duas coisas: ele havia mantido uma boa consciência, não seguindo deliberadamente um caminho que ele soubesse ser contrário à vontade de Deus; isso não quer dizer que ele era perfeito; ele era pobre, fraco e pecador. Em segundo lugar, ele atribuía sua felicidade ao seu amor pelas Escrituras. Nos seus últimos anos, ele costumava ler toda a Bíblia quatro vezes por ano, aplicando-a ao seu próprio coração e sobre ela meditando. Ele amava a Palavra de Deus muito mais agora do que há sessenta e seis anos atrás. Foi seu amor à Palavra, bem como o manter de uma boa consciência que lhe proporcionaram todos aqueles anos de paz e alegria no Espírito Santo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Bibliografia de A.W.Tozer

A. W. Tozer, um profeta do século 20 - Biografia
“Penso que minha filosofia seja esta: tudo está errado até que Deus endireite.”
Esta afirmação do Dr. A. W. Tozer resume perfeitamente a sua crença e o que ele tentou realizar durante seus anos de ministério. Sua pregação e seus livros concentraram-se inteiramente em Deus. Ele não tinha tempo para mercenários religiosos que inventavam novas formas para promover suas mercadorias e subir nas estatísticas. Tozer marchou ao ritmo de uma batida diferente e, por esta razão, normalmente não acompanhava os passos de muitas das pessoas que participavam de desfiles religiosos.
No entanto, foi esta excentricidade cristã que nos fez amá-lo e apreciá-lo. Ele não tinha receio em apontar o que era errado. Nem hesitou em dizer como Deus poderia endireitar todas as coisas. Se é que um sermão pode ser comparado à luz, então, A. W. Tozer emitia raios laser do púlpito, um feixe de luz que penetrava o nosso coração, exauria nossa consciência, expunha nossos pecados e nos fazia clamar: “O que devo fazer para ser salvo?” A resposta era sempre a mesma: entregar-se a Cristo; procurar conhecê-lo de forma pessoal; crescer para tornar-se como Ele.
Aiden Wilson Tozer nasceu em Newburg (naquele tempo conhecida como La Jose), Pensilvânia, Estados Unidos, em 21 de abril de 1897. Em 1912, sua família deixou a fazenda e foi para Akron, Ohio; e, em 1915, ele se converteu a Cristo. No mesmo instante passou a levar uma vida fervorosa de devoção e testemunho pessoal. Em 1919, começou a pastorear a Alliance Church, em Nutter Fort, West Virginia. Também pastoreou igrejas em Morgantown, West Virginia; Toledo; Ohio; Indianapolis, Indiana; e, em 1928, foi para a Southside Alliance Church, em Chicago. Ali, ministrou até novembro de 1959, quando tornou-se pastor da Avenue Road Church, em Toronto, no Canadá. Um ataque cardíaco, em 12 de maio de 1963, pôs fim àquele ministério, e Tozer foi chamado para a Glória.
Tozer alcançou um número maior de pessoas por intermédio de suas obras do que por suas pregações. Grande parte do que escreveu era refletido na pregação de pastores que alimentavam a alma com as palavras de Tozer. Em maio de 1950, foi nomeado editor de The Alliance Weekly, agora conhecida como The Alliance Witness, que provavelmente foi a única revista religiosa a ser adquirida graças, sobretudo, aos seus editoriais. Certa vez, o Dr. Tozer, em uma conferência na Evangelical Press Association (Associação da Imprensa Evangélica), censurou alguns editores que praticavam o que ele chamava de “jornalismo de supermercado” – duas colunas de propagandas e uma nota de material para leitura. Era um escritor exigente e tão duro consigo mesmo quanto com os outros.
O que há nas obras de A. W. Tozer que nos prende a atenção e nos cativa? Primeiro, ele Tozer escrevia com convicção. Não estava interessado nos cristãos superficiais de Atenas que estavam à procura de algo novo. Tozer mergulhou novamente nas antigas fontes e nos chamou de volta às veredas do passado, tendo plena convicção e colocando em prática as verdades que ensinava.
Tozer era um místico cristão em uma época pragmática e materialista. Ele ainda nos convida a ver aquele verdadeiro mundo das coisas espirituais que transcendem o mundo material que tanto nos atraem. Suplica para que agrademos a Deus enos esqueçamos da multidão. Ele nos implora que adoremos a Deus de modo que nos tornemos mais parecidos com Ele. Como esta mensagem é desesperadamente necessária em nossos dias!
A. W. Tozer recebeu a dádiva de compreender uma verdade espiritual e erguê-la para a luz para que, como um diamante, cada faceta fosse observada e admirada. Ele não se perdeu nos pântanos da homilética; o vento do Espírito soprava e ossos mortos reviviam. Suas obras eram como graciosos camafeus cujo valor não se avalia por seu tamanho.
Sua pregação se caracterizava pela intensidade espiritual que penetrava no coração do ouvinte e o ajudava a ver Deus. Feliz é o cristão que possui um livro de Tozer à mão quando sua alma está sedenta e ele sente que Deus está longe.
Tozer, em suas obras, nos entusiasma tanto sobre a verdade que nos esquecemos de Tozer e tratamos de pegar a Bíblia. Ele mesmo sempre dizia que o melhor livro é aquele que faz o leitor parar e pensar por si mesmo. Tozer é como um prisma que concentra a luz e depois revela sua beleza.
(Adaptado da Introdução do livro O Melhor de Tozer, vol. 2. © CCC Edições, 2001.)

quinta-feira, 7 de maio de 2009